A rotina diária não mudava: ele chegava, depois de um dia inteiro fora, apanhava sua pequena neta nos braços e a felicidade ficava clara em suas feições. Como forma talvez de desculpar-se pela ausência ou por seus vícios que marcavam a família, sempre trazia consigo um presente singelo para a garota: Uma barrinha de chocolate branco. Nunca imaginou que isso a marcaria tanto.
Hoje essa garota sou eu, agora com quinze anos e muito diferente daquela menina que ele conheceu. Porém, algumas lembranças nunca se apagam, por mais simples que sejam.
Das poucas lembranças que trago dele, esta é, com certeza, a mais nítida. Talvez pela freqüência com que ocorria ou então pela simplicidade que a tornou inesquecível. Não me lembro com clareza de todas as suas feições ou dizeres, mas lembro do carinho que ele tinha comigo.
Pode parecer tolo da minha parte me apegar a coisas tão banais ou até, por que não, insignificantes, mas essas coisas tão comuns ganham seu devido significado quando agregadas a sentimentos verdadeiros.
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