sábado, 19 de novembro de 2011

Pátria amda, Brasil


Por muitos anos habituamo-nos a ver o Brasil próximo ao fim dos rankings de indicadores sociais e de desenvolvimento sem sequer notar que grande parte da culpa deste fracasso está sobre os ombros dos brasileiros. Menosprezamos e inferiorizamos nossa terra mãe, porém a possibilidade de mudança, que está em nossas mãos, é raramente efetivada.
Não podemos negar o atual crescimento econômico do Brasil e, consequentemente, do padrão socioeconômico dos brasileiros. Entretanto, mais relevante do que a já quitada dívida externa é, por muitas vezes, a dívida intelectual. Saciar a fome da população é sim medida importante para o crescimento de um pais, mas não deve ser a única. Os aspectos social, econômico e cultural de uma população devem ser conduzidos de mãos dadas no caminho do crescimento. Medidas que não cabem apenas ao governo.
Um bom começo talvez seja deixar de lado o péssimo hábito de menosprezar o Brasil e assimilar de uma vez por todas que temos capacidade de ser aquilo que buscarmos. Não somos nada menos do que qualquer país desenvolvido  no que diz respeito a recursos naturais ou humanos, o que nos falta é o polimento e a utilização adequada destes.
Colocar o Brasil no rumo da “ordem e progresso” não é, com certeza, tarefa fácil e não deve ser considerada como tal. Ao mesmo tempo em que totalizamos mais de 180 milhões de bocas para serem alimentadas somos providos também de mais de 360 milhões de braços para o trabalho, de ouvidos para serem educados e de olhos para vislumbrar um futuro promissor.

Barreiras sociais

Quase dois séculos após ter se tornado independente dos domínios metropolitanos portugueses, uma grande parte da população brasileira ainda vive em situação desumana e sem qualquer perspectiva de mudança ou ascensão social. A miséria acaba assim por não ser mais vista como problema social, mas sim pessoal em um meio cada vez mais individualista.
A busca pelo sucesso pessoal em detrimento do coletivo se torna a cada dia mais visível; ter status social já chega ao patamar de necessidade fundamental do cidadão; bens materiais valem, como uma naturalidade absurda, mais do que seres. Tudo isso sem que se atente àqueles  que têm como necessidade nada mais do que subsídios para uma vida digna.
Diz-se que a miséria não é nada mais do que o não aproveitamento das oportunidades, mas e quando não existem oportunidades? Simples, o indivíduo está condenado à realidade em que nasceu, como peixes em um lago seco, cujos esforços jamais os farão, sem ajuda, alcançar seus objetivos. Mais absurdo que os próprios fatos só a capacidade da sociedade de permanecer inerte perante eles.
A solução para a maior parte dos nossos atuais problemas sociais não passa apenas pela adoção de políticas públicas eficiente contra a miséria. Cabe também ao governo o fornecimento de educação de qualidade para a formação de futuros profissionais qualificados e à todos nós a formação de uma sociedade mais sensível e humana, provida de nobres valores como a empatia.

Cuide do corpo e alimente a alma

Passa-se mais anos na escola embora se aprenda a um nível apenas suficiente. Essa é, sem dúvida, uma das mais preocupantes verdades que assolam a sociedade brasileira contemporânea. O “ter” é supervalorizado em detrimento do “ser” e nos acostumamos de tal modo a não mover uma palha sequer para mudar essa situação.
O déficit agora deixa de ser econômico e passa a ser cultural. Uma vida baseada puramente em saciar as necessidades físicas do ser não pode se dizer bem vivida, já que além de um corpo somos também alma e esta requer igual cuidado e preocupação. Alimentar a alma talvez não seja das tarefas a mais fácil, já que ela não é capaz de se saciar com um bocado de arroz e feijão. É preciso mudar os antigos paradigmas, abrir novos horizontes e, sobretudo, cultivar hábitos que visem a manutenção de sua saúde.
Quantos livros o brasileiro lê por ano e quantos destes são lidos por mera obrigação? A leitura e o consumo de cultura em geral devem deixar de ser encarados como dever e figurar como hábitos. Só assim talvez possamos mudar uma realidade que permanece há anos estática: o sedentarismo mental.
A política do “pão e circo” ainda se arrasta na obscuridade deixada pela ausência do pensar e seu fim precisa com urgência ser decretado para que, com isso, possamos crescer não apenas fisicamente, mas em pessoa como um todo.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Havia vida antes da luz?


O mundo muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo, isto não é novidade para ninguém. Desde os primórdios vem-se buscando formas de tornar a vida humana mais cômoda: da criação de ferramentas feitas de lascas de pedra no paleolítico aos mais modernos recursos tecnológicos do século XXI, tudo parte deste princípio, mas será isso mesmo tão inocente?
Tantas são as mudanças ocorridas no decorrer dos últimos anos que ouvindo as histórias dos mais velhos, daquele tempo onde a luz era proveniente de lampiões e o ponto alto da semana era a missa do domingo é difícil não questionar se assim eles eram realmente felizes. A resposta é imediata: muito!
Hoje ganhamos em tempo e comodidade, porém perdemos muito em qualidade de vida, principalmente no que se refere às coisas mais simples como respirar ar puro ou se por a observar a lua em uma noite de verão sem qualquer preocupação.
Encontrar a felicidade, em qualquer que seja a época, parte do princípio de se criar um equilíbrio para que a vida possa transcorrer no seu tempo, sendo durante essa jornada enriquecida por pequenas coisas e grandes relações humanas.

O enigma do pão de queijo


Trabalho interdisciplinar de português e artes em stop motion realizado por mim, Bárbara, Gabriela, Raíssa e Suélen

As relações de poder na sociedade capitalista


Viemos em uma terra de gigantes onde o antigo dito popular “quem pode mais chora menos” se faz verdade. O poder é destinado àqueles que, de forma moral ou não se sobressaem na sociedade e, aos que apenas tentam uma vida digna,resta o esquecimento.
Nos habituamos a aplaudir lutas diárias entre as grandes multinacionais, os políticos mais influentes e, por que não, as grandes redes da imprensa mundial, que disputam umas com as outras nada menos do que o monopólio das nossas idéias.
Tendo em vista apenas sucesso financeiro, as grandes empresas se utilizam, desde a revolução industrial, da força de trabalho humana assim como se pessoas fossem meras máquinas geradoras de capital, ignorando suas necessidades, direitos e, acima de tudo, sua qualidade de vida.
Se hoje podemos ir a um centro de compras popular  e adquirir produtos cujo preço está muito abaixo do valor de mercado, temos formada, ali,  entre todas aquelas pessoas hipnotizadas por “barganhas”, uma nova pauta para discussão: por quem e com o que é pago o nosso conforto? Muitas vezes o sujeito da pergunta anterior está no bairro humilde ao lado do seu e o preço pago por eles é a abdicação de alguns de seus direitos constitucionais, do convívio social e de alguns anos de sua vida. Mero capim aos pés do elefante branco do capitalismo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Qual o valor dos valores?



Qual a primeira imagem que a palavra “valores” faz surgir em sua mente? Cifrões? Cédulas? Pois eis o espelho da sociedade contemporânea: a busca incessante e irracional por valores materiais, cultura inútil e conhecimento digerido. Pode parecer exagero de minha parte a utilização destes termos, mas a realidade é esdrúxula o suficiente para fazer juz às minhas palavras.
Tudo o que o ser humano vem fazendo é em prol de seu conforto momentâneo. Não se usa mis as pernas, mas sim o carro, troca-se o pensamento por uma busca no Google, amigos são substituídos por psicólogos e tudo isso parece tão normal a ponto de fazer parte da natureza humana.
Acostumamos-nos a repetir clichês, frases em grandes fontes para mentes pequenas, nos confortamos lendo uma revista de fofocas e vivendo uma vida que não é nossa, mas ainda não aprendemos o real vaor das relações humanas.
Escrever algo côo “beijos” ou “abraços” ao fim de uma conversa virtual chega a ser quase automático, porém realizar essas ações na vida real é quase tão difícil quanto interpretar sentimentos através de uma tela de computador.
Economizamos sorrisos, amores, loucuras, sentimentos amigos e horas. Não percebemos que estamos, enquanto isso, desperdiçando vida.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Seja feliz!



O que te faz feliz? É na busca pela resposta dessa pergunta que muitas pessoas gastam boa parte da vida. Carros, mansões suntuosas, fortunas, serão eles realmente capazes de gerar felicidade ou apenas um olhar poderá falar mais alto ao coração?
Estou longe de ser aquele tipo de pessoa hipócrita que prega que o dinheiro é o mal do século e deveria ser definitivamente banido da nossa sociedade ao mesmo tempo em que fala em seu celular de última geração. Porém, acredito no antigo ditado que diz que  muitas vezes a diferença  entre o veneno e o remédio está na dose: dinheiro não traz felicidade, porém, sem qualquer pecúlio fica completamente difícil até mesmo de se ter perspectiva de sobrevivência, quem dirá pensar em felicidade.
O encanto da vida se encontra naquilo que há de mais simples. Em um dia de sol, uma noite enluarada, uma folha despencando em suas  mil cores de outono, em um sorriso, um amigo, um abraço, uma música. Falando em música, aí está uma das coisas que mais me fascina.
Vivo há anos rodeada por música, seja pelo fato de meu pai ser músico ou por minha iniciação musical precoce. Música, um tão simples aglomerado de sons e pausas, bolinhas pretas saltitando nas linhas de uma partitura, tem o poder de despertar  infinitas sensações em quem a escuta, está ai um de meus pequenos vícios pela felicidade.
Na verdade, a felicidade talvez resida nesses pequenos vícios cotidianos, sejam eles só nossos ou de uma multidão, nos nossos amigos, família, amores, ou melhor, talvez ela resida dentro de nós mesmos e estas sejam apenas as chaves para a encontrarmos.

Máscaras da alma



Era uma vez um mundo encantado coberto de pessoas perfeitas e banhado por amor, onde príncipes e princesas eram felizes para sempre. Era uma vez?
Talvez a maior utopia já traçada pela humanidade seja este conceito de amor. Até hoje contamos a nossas crianças histórias basicamente semelhantes à que inicia este texto, fazemos com que acreditem que irão crescer e logo virá a seu encontro um príncipe encantado, montado em um cavalo branco e pronto para fazê-las eternamente felizes. Infelizmente a realidade não acredita em contos de fadas.
Pessoas perfeitas não existem, logo o amor também não é uma receita pré-definida e o “felizes para sempre” é reservado àqueles que fazem de cada momento uma oportunidade de o serem.
Nos dias de hoje, o amor é cada vez mais banalizado. Relacionamentos que se dizem eternos mal começam, “eu te amo” é distribuído como bom dia, mesmo sem ser sentido e, quando é sincero, é escondido com medo de que seja reprimido.
Há algo errado acontecendo e disso eu tenho certeza. Algo que não está no coração, mas sim na mente das pessoas. O coração ainda sente, mas a razão é munida de máscara para não deixar que isso transpareça.

Doce Lembrança

         A rotina diária não mudava: ele chegava, depois de um dia inteiro fora, apanhava sua pequena neta nos braços e a felicidade ficava clara em suas feições. Como forma talvez de desculpar-se pela ausência ou por seus vícios que marcavam a família, sempre trazia consigo um presente singelo para a garota: Uma barrinha de chocolate branco. Nunca imaginou que isso a marcaria tanto.
            Hoje essa garota sou eu, agora com quinze anos e muito diferente daquela menina que ele conheceu. Porém, algumas lembranças nunca se apagam, por mais simples que sejam.
            Das poucas lembranças que trago dele, esta é, com certeza, a mais nítida. Talvez pela freqüência com que ocorria ou então pela simplicidade que a tornou inesquecível. Não me  lembro com clareza de todas as suas feições ou dizeres, mas lembro do carinho que ele tinha comigo.
            Pode parecer tolo da minha parte me apegar a coisas tão banais ou até, por que não, insignificantes, mas essas coisas tão comuns ganham seu devido significado quando agregadas a sentimentos verdadeiros.

Palavras, apenas

Talvez a recompensa de escrever sejam apenas as palavras, ou então elas sejam meramente uma forma de tornar palpável aquilo que se pensa, que se sente. As palavras acontecem. Não são escolhidas, nos escolhem; não descrevem as coisas, mas sim a nossa compreensão do que são as coisas; não ganham sentido, mas dão sentido. Mais do que um emaranhado de palavras, cada frase carrega consigo a complexidade de uma mente, a inconstância do ser, não apenas daquele que a escreveu, mas também daquele que se atrever  a buscar sua compreensão.
Este blog tem como objetivo apresentar algumas das minhas, talvez falhas, palavras escritas nas aulas de português do ano de 2011 dentro das propostas de redação feitas. Espero que gostem e encontrem um pouco de verdade em meio à cada frase.
Boa leitura