Por muitos anos habituamo-nos a ver o Brasil próximo ao fim dos rankings de indicadores sociais e de desenvolvimento sem sequer notar que grande parte da culpa deste fracasso está sobre os ombros dos brasileiros. Menosprezamos e inferiorizamos nossa terra mãe, porém a possibilidade de mudança, que está em nossas mãos, é raramente efetivada.
Não podemos negar o atual crescimento econômico do Brasil e, consequentemente, do padrão socioeconômico dos brasileiros. Entretanto, mais relevante do que a já quitada dívida externa é, por muitas vezes, a dívida intelectual. Saciar a fome da população é sim medida importante para o crescimento de um pais, mas não deve ser a única. Os aspectos social, econômico e cultural de uma população devem ser conduzidos de mãos dadas no caminho do crescimento. Medidas que não cabem apenas ao governo.
Um bom começo talvez seja deixar de lado o péssimo hábito de menosprezar o Brasil e assimilar de uma vez por todas que temos capacidade de ser aquilo que buscarmos. Não somos nada menos do que qualquer país desenvolvido no que diz respeito a recursos naturais ou humanos, o que nos falta é o polimento e a utilização adequada destes.
Colocar o Brasil no rumo da “ordem e progresso” não é, com certeza, tarefa fácil e não deve ser considerada como tal. Ao mesmo tempo em que totalizamos mais de 180 milhões de bocas para serem alimentadas somos providos também de mais de 360 milhões de braços para o trabalho, de ouvidos para serem educados e de olhos para vislumbrar um futuro promissor.